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26 de janeiro de 2011

John Piper e E.M. Bounds - Empecilhos à Oração!




Orar certo é estar certo, agir certo e viver certo. Tudo que impede oração impede santidade. Quando tudo que nos impede de orar certo for removido, o caminho estará aberto para um rápido avanço na vida espiritual. Se pudéssemos contar, dia por dia, as orações que não alcançam resultado algum, que não beneficiam o homem, nem influenciam a Deus, ficaríamos pasmados ao ver os números.

Precisamos de homens e mulheres que possam alcançar a Deus e receber amplamente das suas reservas inesgotáveis. A igreja é profundamente afetada pelo materialismo da sua época. Os interesses da terra excluem os do céu, o tempo eclipsa a eternidade, um ousado e ilusório humanitarismo destrói a adoração, e a compreensão essencial de Deus é deturpada.

Homens e mulheres que saibam orar, e que possam projetar Deus e suas divinas instituições na terra com eficiência redentora, são nossa única saída. A igreja poderá caminhar com triunfo às suas conquistas finais sem possuir riqueza, tendo que enfrentar pobreza ou desprezo, ou sendo desacreditada pelo mundo e rejeitada pela cultura e sociedade; mas sem homens e mulheres que saibam orar, não conseguirá derrotar nem o inimigo mais frágil, nem ganhar um único troféu para seu Senhor.

Pode fechar seus redutos de aprendizagem, seus oradores eloqüentes podem ser silenciados para sempre, mas suas orações serão ainda mais potentes do que seu conhecimento ou eloqüência, e lhe assegurarão as mais gloriosas conquistas. Ela pode perder tudo, menos a oração da fé, e isto lhe será mais poderosa do que a vara de Arão para criar agências ou ministérios eficazes e gerar resultados tremendos. Por trás de um ministério santo e cheio de zelo e paixão tem de haver oração que prevalece, e que traga consigo um glorioso Pentecoste.

Pecado Impede Oração

“Se eu no coração contemplara a vaidade, o Senhor não me teria ouvido” (Salmo 66.18). Os pecados do coração que não são rejeitados, ou que não estamos lutando para vencer, interrompem a oração. Oração não pode fluir do coração que nutre ou protege o pecado, que abriga pecado de qualquer espécie. O pensamento rebelde ou insensato é pecado; o olhar de cobiça ou lascívia do coração é pecado. Temos de clamar a Deus de um coração puro.

“Mãos santas” devem ser levantadas em oração. Uma mancha na mão é tão fatal para impedir a oração quanto o pecado no coração. A pessoa que ora precisa estar certa no seu coração, mas suas ações também precisam estar certas. Guardar os mandamentos de Deus e fazer o que lhe agrada nos dá segurança de que receberemos o que pedirmos dele. Pecados escondidos, ocultos por parcialidade ou por hábito, retidos por indulgência, contemporização, ou ignorância deliberada; estas coisas, como o lagarto no botão ou veneno no sangue, destruirão a flor e a vida da oração.

Orgulho Impede Oração

O orgulho em alguma forma é inerente a todos nós. Nenhuma criatura tem tantas razões para ser humilde quanto o homem; nenhuma, possivelmente, possui tantas fontes de orgulho. O orgulho destrói a humildade, gera vaidade, transfere fé em Deus para fé em si mesmo. Existe no orgulho tal senso de estar completo em si mesmo que destrói a base da oração. Sua sensação constante é: “Estou cheio e não preciso de mais nada”.

O orgulhoso ora, talvez até regularmente, mas é oração de fariseu, um desfile do ego, um catálogo de bondade própria. O orgulho se esconde sob o disfarce de gratidão a Deus, louvando a Deus usando incenso do altar do ego. O orgulho se manifesta no desfile das nossas obras religiosas, na exibição de realizações, sejam religiosas ou não.

A oração precisa nascer lá de baixo. O orgulho procura os lugares mais altos, e nunca pode ser encontrado nos lugares humildes onde a oração é incubada. As asas da oração devem ser cobertas de pó. O orgulho despreza o pó da humildade, e cobre suas asas com o brilho e ouro do ego. O vazio da vaidade, o egoísmo de pensamentos centrados em si mesmo e de conversas que exaltam a própria pessoa são todos empecilhos à oração, porque declaram a presença do orgulho. Deus, de acordo com o apóstolo, resiste ao orgulho, e dispõe todos seus exércitos contra ele.

Um Espírito Que Não Perdoa

Nutrir um espírito que não perdoa impede à oração. Vingança, retaliação, um espírito inclemente, a ausência de tolerância, a falta de um espírito de misericórdia plena e total para com todos que tiverem de qualquer forma ou em qualquer medida nos prejudicado, impede a oração. Não avançaremos um centímetro enquanto não reconhecermos estes sentimentos e não pudermos declarar com sinceridade: “Perdoa-me, Deus, da mesma forma como perdôo aos outros”. Quando deixamos de aplicar misericórdia a todos os males que já foram praticados contra nós, estamos automaticamente condenando nossa capacidade de orar.

Podemos orar com ira no nosso coração, mas este tipo de oração torna-se pecado. Todos estão sujeitos diariamente a serem feridos naquelas áreas onde são mais sensíveis. Porém, ter uma atitude de vingança ou desafeto para com a pessoa que causou tal ferida, congela a capacidade de orar. O espírito de perdão é como o espírito do evangelho, e este espírito precisa reinar no coração antes que a verdadeira oração possa proceder dos lábios.

Discórdia no Lar

A vida no lar, sua paz e união, afeta a oração. Discórdia no lar impede a oração. O apóstolo exorta às esposas e aos maridos para viverem no mais puro amor e mais doce união, para que suas orações não sejam impedidas. Confusão numa fonte de águas quebra a serenidade da superfície, e o fluir calmo e pacífico da corrente. Uma discórdia familiar quebra e separa todos os fios trançados que formam a oração.

Um Espírito Mundano

Um espírito mundano impede a oração. O mundo tem um efeito mais negativo sobre a oração do que todas as águas poluídas e infestadas de um brejo teriam sobre a saúde. Obscurece a visão para cima, anula os impulsos espirituais, e corta as asas das aspirações. “Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres” (Tiago 4.3).

Nossas cobiças, como remanescente da mente carnal que ainda permanece em nós, são o elo que nos prende ao mundo. São a cidadela, ou as fortalezas de fronteira, das quais nosso inimigo, o mundo, ainda não foi expulso. Oramos, mas não recebemos porque o mundo dentro de nós corromperia todas as respostas.

Um coração puro, ou alguém que anseie pela pureza, é o único que pode ser confiado com respostas à oração. Enquanto nossas cobiças têm permissão para ficar, contaminam nosso alimento espiritual. Inspiram e tingem todas nossas orações com desejos mundanos. Para alcançar a Deus e receber algo dele, é absolutamente imprescindível que se esteja morto para o mundo. Se quisermos que Deus abra seus ouvidos para nós, precisamos ter nossos ouvidos fechados para o mundo.

Um coração impregnado, ou contaminado por mínimo que seja com o mundo, não conseguirá subir em direção a Deus assim como uma águia com asas quebradas não consegue subir em direção ao sol. O homem que Tiago descreve como uma onda do mar, impelido e agitado pelo vento (Tg 1.6), é o homem de espírito mundano, cujas energias espirituais e decisões são quebradas pelas influências e infusões do mundo. Ele tem ânimo dobre, metade para Deus e metade para o mundo, ora para o céu, ora para a terra. “Não suponha esse homem que alcançará do Senhor alguma coisa” (Tiago 1.7).

Falta de santidade, impaciência, ou qualquer outro espírito, pensamento, sentimento ou ação que não esteja em harmonia com o Espírito de Deus, impedirá a oração. Uma fé perturbada por dúvidas, ou que desfalece por cansaço ou fraqueza, não alcançará resultados na oração. Os elementos que enfraquecem os nervos e músculos espirituais para as grandes lutas impedirão a oração.

Precisamos de homens e mulheres que vivam onde todos os empecilhos à oração foram removidos – pessoas cuja visão espiritual foi inteiramente purificada de névoas, nuvens e escuridão, guerreiros que tem carta branca de Deus e nervos espirituais firmes para usar esta carta a fim de suprir cada necessidade espiritual.


Por E. M. Bounds /Traduçao: Monergismo

Fonte: Voltemos ao Evangelho

19 de janeiro de 2011

Satanás pode ouvir nossos pensamentos???!!


John MacArthur

jm004-bocacalada.jpg (38K) - Perdão
Satanás pode ouvir o que nós dizemos e conhece os nossos pensamentos? Deveríamos evitar orar em voz alta porque Satanás poderia nos ouvir?
Não há nada na Bíblia que indique que Satanás é onisciente. Não há nenhum versículo que diga que ele sabe tudo ou que ele pode ler nossos pensamentos. Mas ele é perito em predizer o comportamento humano porque ele o viu em operação por tanto tempo. Ele pode antecipar o que você fará em uma determinada situação sem conhecer seus pensamentos por causa do conhecimento que ele tem da humanidade e porque ele tem uma mente sobrenatural.
Mas em termos de ser onisciente e poder ler seus pensamentos (como Deus pode fazer), a Bíblia não apóia essa idéia de forma alguma. Ela nunca nos diz que anjos são oniscientes. E se um anjo santo não é onisciente, um caído também não é. Portanto, Satanás não pode ler nossos pensamentos, mesmo que ele seja bom em predizer o comportamento humano porque ele já viu tanto dele.
"E se um anjo santo não é onisciente, um caído também não é."
Eu falei em uma conferência em Iowa sobre este problema. Pessoas estavam perguntando coisas como "Como você lida com demônios?" e "Precisamos de exorcismo para nos livrarmos de demônios?" Bem, há muitas pessoas hoje que dizem que sim. Eu li um livro sobre libertação, certa vez, no qual o autor descreveu um médico que foi supostamente libertado do demônio do gotejamento pós-nasal1. E nessa abordagem, sempre que você pensa que tem um demônio, há uma certa fórmula mágica que você diz ou você anda de uma lado para o outro ou "clama o sangue"2 - seja lá o que for que essa frase signifique, já que não vem da Bíblia. O sangue já foi clamado em seu favor na hora da sua salvação e isso resolve a questão.
Há pessoas que defendem pequenas fórmulas e práticas do tipo sessão-espírita com uma conotação cristã, reivindicando que podem expulsar demônios e assim por diante. Mas quando você vai para a Bíblia, percebe que lidar com o diabo é realmente tão simples quanto ir a Efésios 6 e vestir a armadura de Deus. Veja que, em Efésios 6, diz assim: " a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades", certo? Nós estamos lutando contra demônios e contra Satanás.
"O que ele diz é: "Vista a armadura de Deus" e aquilo de que aquela armadura realmente consiste é a justiça."
Mas o que fazemos com isso? O melhor lugar para descobrir é ler ali mesmo naquele capítulo, não é? Note que ele não diz: "Vá tratar de exorcizar seus demônios com um exorcismo cristão". Nem diz: "Vá arrumar alguém para expulsar seu demônio". O que ele diz é: "Vista a armadura de Deus" e aquilo de que aquela armadura realmente consiste é a justiça. O coração dela é "a couraça da justiça". A chave, então, é viver uma vida íntegra, cheia do Espírito e confiar no poder soberano de Deus.
Portanto, não há nada na Bíblia que diga que Satanás pode ler nossos pensamentos. Certamente demônios podem ouvir o que dizemos. Eles podem entender o que nós dizemos. E, como eu disse antes, eles são muito bons em predizer as respostas comuns do homem porque eles praticam isso há muito tempo.
Mas não se preocupe com isso! Uma senhora me disse uma vez: "Nós sussurramos", porque ela tinha medo de que demônios ouvissem as orações dela. Minha resposta foi: "Bem, isso é tolo!". Você pode ir confiantemente diante do trono da graça. No Antigo Testamento, não diz: "E Davi sussurrou ao Senhor"; o que diz é: "E Davi disse ao Senhor" - e ele pôs para fora o que tinha para dizer. Você nunca ouviu falar de qualquer momento no ensino do apóstolo Paulo sobre oração em que ele diz: "Não fale alto". Quando ele desejava orar, ele simplesmente orava e não se preocupava se Satanás o ouvia porque ele estava vivendo de tal modo que Satanás não podia fazer nada a respeito de qualquer forma. Essa é a questão.


1 N. do Trad.: Post-nasal Drip - é uma condição das vias respiratórias que pode ser a causa de tosse crônica e outros problemas, também crônicos.
2 N. do Editor: "Clamar o sangue de Jesus" é um recurso comum em meios carismaníacos (citando Mark Driscoll) quando se quer amarrar e expulsar demônios. Muito comum em alguns tipos de música dita evangélica.




Fonte: Bom Caminho
Tradução: Juliano Heyse

9 de janeiro de 2011

"A Verdadeira Teologia da Prosperidade" - ( Spurgeon, devocional de 9/01 )

"A alma generosa prosperará" Provérbios 11:25a

 Se desejo crescer na minha alma, não devo guardar minhas provisões, mas antes, devo distribuir aos pobres. Ser mesquinho e tacanho é o caminho do mundo até a prosperidade, porem não é o caminho de Deus, pois Ele diz: "Ao que distribui mais se lhe acrescenta, e ao que retém mais do que é justo, é para a sua perda. (Provérbios 11:24)"  A forma de se ganhar da fé é dar. Devo tentar isso uma vez ou outra - e posso esperar que me venha tanta prosperidade como seja boa para mim, como uma recompensa graciosa para um generoso curso de ação.

É claro que não posso ter a certeza de virar rico. Serei prosperado, mas não em demasia. Riqueza demais poderia converter-me tão pesado como as pessoas corpulentas usualmente o são, e poderia provocar em mim a indigestão do mundanismo, e talvez me venha uma degeneração de gordura no coração. Não, se já sou bastante gordo para ser saudável, posso me dar por satisfeito - e se o Senhor me concede uma subsistência, posso ficar completamente satisfeito.

Porem, existe uma gordura mental e espiritual que eu ambiciono muitíssimo -  e isso vem como o resultado de pensamento generosos para com Deus, Sua igreja, e meus semelhantes. Não devo poupar, para que meu coração não passe fome. Devo ser liberal e generoso, pois assim serei parecido com meu Senhor. Ele se entregou por mim - deveria eu de recusar-lhe algo?


FONTE: Talonário de Cheques do Banco da Fé  
Trad. Projeto Spurgeon

4 de janeiro de 2011

Dinheiro, Posses, e Deus - Jonathan Parnell

Hebreus 13:5 é um versículo simples, mas o argumento é incrível. Os leitores da Escritura sabem que o amor ao dinheiro é perigoso (Mateus 6:24; Lucas 16:13; 1Timóteo 3:3; 1Timóteo 6:10; 2Timóteo 3:2), mas aqui o autor de Hebreus nos dá mais.
Os dois mandamentos nos versos 5a e 5b têm uma importante conexão. Ambas as ordens são positivas: “seja a vossa vida livre do amor ao dinheiro” e “contentai-vos com as coisas que tendes.” Podemos ver que o “amor ao dinheiro” faz paralelo com “o que você tem.” Portanto, as ordens de liberdade e contentamento são, de certa forma, relacionadas às suas posses.
Usando o Biblearc.com, representei a relação entre os versos 5a e 5b para serem uma progressão [P]. O mandamento de se manter livre do amor ao dinheiro (a possibilidade de ter mais) progride à ordem de contentar-se com o que temos agora.
Isso seria o suficiente para nós. Mas o autor vai adiante. Ele nos dá uma base para esta liberdade e contentamento.
Seja a vossa vida livre do amor ao dinheiro e contentai-vos com o que tendes, pois ele tem dito: “De maneira nenhuma te deixarei, nunca jamais te abandonarei.”
A ordem para que sejamos livres e contentes está baseada [G] na promessa de que Deus está sempre conosco. Neste ponto, vamos mais fundo neste texto para uma reflexão teológica.
A base de nossa libertação do amor ao dinheiro e nosso contentamento com o que temos é que Deus está sempre conosco (declarado negativamente na promessa “de maneira nenhuma te deixarei”).
Então como a presença de Deus está relacionada ao dinheiro ou às posses? Nós podemos ser livres de querer mais e ser felizes com o que temos porque temos Deus.
A libertação do amor ao dinheiro e o contentamento com o que temos têm sua base na realidade de que podemos sempre dizer que “temos patrimônio superior e durável” (Hebreus 10:34). O SENHOR é a nossa porção. Por causa da morte e da ressurreição de Jesus por nós e a obra despertadora do Espírito, Deus se tornou nosso tesouro. E ele que é o mais desejável nunca nos deixará. Ele nunca nos abandonará.

Fonte: Voltemos ao Evangelho